Saúde Desvendada

O declínio cognitivo vascular leve (DCVVL) e a demência vascular (DV) representam desafios crescentes para a saúde pública, especialmente com o aumento dos fatores de risco cardiovascular na população. Diante desse cenário, pesquisadores têm buscado intervenções não farmacológicas que possam mitigar os impactos dessas condições na vida diária dos indivíduos. Uma abordagem promissora combina a estimulação psicomotora e cognitiva, visando ativar tanto a experiência corporal quanto os processos mentais dos participantes.

Um estudo recente investigou os efeitos de um programa coordenado de psicomotricidade e estimulação cognitiva em pacientes com DCVVL e DV. O objetivo principal era avaliar o impacto dessa intervenção em diversas habilidades, incluindo memória, atenção, praxia (capacidade de realizar movimentos coordenados), habilidades visuoespaciais e habilidades motoras. A pesquisa envolveu dois participantes: um com DCVVL e outro com DV, ambos submetidos a avaliações psicomotoras e cognitivas antes e após a intervenção.

Os resultados revelaram que o participante com DCVVL apresentou melhorias nos processos de atenção, funções executivas e habilidades psicomotoras. Já o participante com DV demonstrou avanços na memória e nas habilidades psicomotoras. Em ambos os casos, observou-se estabilidade na maioria das variáveis cognitivas avaliadas, além de melhorias no processamento de estímulos visuoespaciais e nos sintomas neuropsiquiátricos, como ansiedade e apatia. A conclusão do estudo sugere que o trabalho motor pode catalisar a capacidade mental, promovendo a estimulação cognitiva do corpo para o pensamento. Essa abordagem pode ser útil para melhorar ou estabilizar o desempenho cognitivo em indivíduos com DCVVL e DV, oferecendo uma alternativa ou complemento aos tratamentos tradicionais.

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