Ilusão da Mão de Borracha: Como a Percepção do Corpo Afeta a Precisão dos Movimentos
A forma como o cérebro representa o corpo é surpreendentemente maleável. Através da integração de diferentes sinais sensoriais, essa representação pode ser alterada, influenciando nossa percepção e até mesmo nossas habilidades motoras. Um exemplo fascinante desse fenômeno é a chamada Ilusão da Mão de Borracha (IMB).
Na IMB, participantes experimentam a sensação de que uma mão de borracha é, de fato, sua própria mão. Essa ilusão é criada ao acariciar simultaneamente a mão real do participante (escondida da vista) e a mão de borracha. Essa sincronia tátil e visual leva o cérebro a integrar a mão de borracha como parte do próprio corpo, resultando na percepção de que a mão real se desloca em direção à mão de borracha – um fenômeno conhecido como desvio proprioceptivo. Pesquisadores têm explorado as variações individuais na suscetibilidade a essa ilusão, buscando entender sua relação com diferentes aspectos da função motora.
Um estudo recente investigou a ligação entre a magnitude do desvio proprioceptivo durante a IMB e a capacidade de reproduzir movimentos do cotovelo. Os resultados revelaram uma correlação significativa: quanto maior o desvio proprioceptivo experimentado pelo participante, maior a precisão na reprodução dos movimentos. Essa descoberta sugere que a representação alterada do corpo, induzida pela IMB, pode afetar seletivamente os processos motores envolvidos na reprodução de ações. Isso demonstra a intrincada relação entre a percepção da posse do próprio corpo e o controle motor, abrindo novas perspectivas sobre como o cérebro coordena a ação e a percepção corporal. A pesquisa destaca a importância da integração multissensorial na construção da nossa experiência corporal e seu impacto no desempenho motor. Investigar esses mecanismos pode levar a novas abordagens para a reabilitação motora e o tratamento de distúrbios da percepção corporal.
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