Fadiga Cognitiva e Dor Crônica: O que a Ciência Revela
Pacientes com dor crônica frequentemente relatam fadiga, mas a ciência tem buscado entender melhor a relação entre a dor persistente e o cansaço mental. Um estudo recente investigou a fadiga cognitiva, que se manifesta como dificuldade de concentração e lentidão no processamento de informações, e suas bases neurais em mulheres com dor crônica.
A pesquisa utilizou ressonância magnética funcional (fMRI) para comparar a atividade cerebral de mulheres com dor crônica e um grupo controle saudável durante a realização de uma tarefa de vigilância psicomotora (PVT) de 20 minutos. Os resultados mostraram que as pacientes com dor crônica apresentaram um aumento significativo no tempo de reação ao longo da tarefa, indicando maior fadiga cognitiva em comparação com o grupo controle, que manteve um desempenho estável. Isso sugere que a dor crônica pode sobrecarregar o sistema cognitivo, tornando mais difícil manter o foco e a atenção por períodos prolongados.
Além disso, o estudo revelou diferenças na atividade cerebral entre os grupos. As pacientes com dor crônica demonstraram maior ativação em regiões do córtex pré-frontal, incluindo áreas motoras, sugerindo um possível mecanismo compensatório para manter o desempenho cognitivo. Em contraste, o grupo controle apresentou maior atividade em regiões associadas à motivação, recompensa e tomada de decisões, o que pode indicar um processamento mais eficiente e direcionado por motivação. Esses achados oferecem novas perspectivas sobre como a dor crônica afeta o cérebro e contribuem para a compreensão da fadiga cognitiva, abrindo caminhos para o desenvolvimento de intervenções terapêuticas mais eficazes para melhorar a qualidade de vida de pessoas com dor crônica.
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