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A agitação é um sintoma frequentemente observado em pacientes que sofreram lesões cerebrais graves e apresentam distúrbios prolongados de consciência. Um estudo recente investigou a incidência desse sintoma e seu valor diagnóstico e preditivo na recuperação desses pacientes.

A pesquisa, de caráter observacional e retrospectivo, analisou dados de pacientes em estado vegetativo, estado de mínima consciência e aqueles que emergiram desse último. Os pesquisadores coletaram informações demográficas e clínicas sobre agitação, nível de incapacidade e condição neurocomportamental, utilizando escalas como a Overt Agitation Severity Scale (OASS), a Disability Rating Scale (DRS) e o Coma Recovery Scale-Revised (CRS-R). As avaliações foram realizadas na admissão em uma unidade de reabilitação e em um hospital de cuidados de longa duração, e novamente 24 meses após a admissão.

Os resultados mostraram que uma parcela significativa dos pacientes, 68,1%, apresentava sinais de agitação em diferentes graus. Pacientes em estado de mínima consciência exibiram escores significativamente mais elevados na escala OASS, especialmente nas subescalas relacionadas aos membros superiores e inferiores, em comparação com aqueles em estado vegetativo. Surpreendentemente, a pontuação total da OASS mostrou correlações significativas com o índice CRS-R e com a pontuação total da DRS. Após dois anos, observou-se que pacientes com etiologia traumática, maior índice CRS-R e maior pontuação total na OASS apresentavam maior probabilidade de emergir do estado de mínima consciência, com uma precisão de 80,7%. Esses achados sugerem que a agitação pode ser um marcador diagnóstico e prognóstico importante na recuperação da consciência após lesões cerebrais graves. A identificação e o manejo adequados da agitação podem, portanto, desempenhar um papel crucial no processo de reabilitação e na melhoria dos resultados clínicos para esses pacientes.

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