Cefaleias: Um Panorama Global e a Importância da Prevenção do Abuso de Medicamentos
As dores de cabeça, especialmente a migrânea (enxaqueca), continuam a representar um desafio significativo para a saúde pública em escala global. Um estudo recente analisou a carga global de doenças, lesões e fatores de risco (GBD) até 2023, revelando dados atualizados sobre a prevalência e o impacto de diferentes tipos de cefaleias, incluindo a migrânea, a cefaleia tensional e a cefaleia por uso excessivo de medicamentos.
Os resultados indicam que, em 2023, aproximadamente 2,9 bilhões de pessoas em todo o mundo foram afetadas por alguma forma de cefaleia. A prevalência ajustada por idade foi de 34,6%, com uma taxa de anos vividos com incapacidade (YLD) de 541,9 por 100.000 habitantes, sendo 487,5 por 100.000 atribuídos à migrânea. É importante notar que as taxas de prevalência dessas condições permaneceram relativamente estáveis nas últimas três décadas. A pesquisa também aponta uma disparidade significativa entre os sexos, com as taxas de YLD devido a cefaleias sendo mais do que o dobro em mulheres (739,9 por 100.000) em comparação com homens (346,1 por 100.000).
Um ponto crucial destacado pelo estudo é a contribuição da cefaleia por uso excessivo de medicamentos para a carga total de cefaleias. Essa condição representou uma parcela considerável dos YLD estimados para cefaleia tensional (58,9% em homens e 56,1% em mulheres) e para migrâneas (22,6% em homens e 14,1% em mulheres). A interpretação desses dados reforça a necessidade de estratégias eficazes de manejo e prevenção, com ênfase na educação pública sobre os riscos do uso excessivo de medicamentos, inclusive aqueles disponíveis sem prescrição. Evitar o abuso de analgésicos pode reduzir significativamente o impacto das cefaleias na saúde global.
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