Saúde Desvendada

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A realidade virtual (RV) tem se mostrado uma ferramenta promissora em diversas áreas, inclusive na reabilitação e no treinamento em saúde. No entanto, estudos recentes revelam um aspecto interessante sobre como nosso cérebro processa a informação espacial ao alternarmos entre ambientes reais e virtuais. Pesquisadores descobriram que, ao removermos um headset de RV, podemos nos sentir desorientados em relação à nossa direção, indicando que o cérebro prioriza a informação espacial do ambiente atual em detrimento daquele vivenciado na realidade virtual.

Um estudo publicado no Journal of Vision investigou essa questão mais a fundo, buscando entender se as pessoas conseguem manter representações espaciais precisas de um ambiente enquanto imersas em outro. Os participantes foram submetidos a experimentos onde precisavam apontar para alvos previamente vistos, alternando entre o mundo real e um ambiente virtual simulado. Os resultados mostraram que os participantes tendiam a basear seus apontamentos na localização dos objetos presentes no ambiente que estavam vendo no momento, demonstrando uma forte dependência de referenciais alocêntricos – ou seja, a localização dos objetos em relação uns aos outros, e não em relação ao próprio corpo.

Essa descoberta tem implicações importantes para a aplicação da realidade virtual em contextos de saúde. Se o cérebro tende a priorizar o ambiente atual, isso pode afetar a transferência de habilidades aprendidas em ambientes virtuais para o mundo real. Por exemplo, pacientes que utilizam a RV para reabilitação motora podem ter dificuldades em aplicar os movimentos aprendidos no ambiente virtual em situações reais, se a representação espacial do ambiente virtual não for adequadamente integrada à percepção do mundo real. A compreensão desses mecanismos cerebrais pode levar ao desenvolvimento de técnicas mais eficazes para otimizar o uso da RV na melhora da orientação espacial e reabilitação de pacientes com déficits cognitivos ou motores.

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