Rastreamento Ocular: Uma Nova Ferramenta para Monitorar o Tratamento do Autismo?
O autismo é uma condição complexa que afeta a forma como uma pessoa interage e se comunica com o mundo. Intervenções precoces e eficazes são cruciais para melhorar a qualidade de vida de indivíduos autistas. Uma meta-análise recente, publicada na revista Autism Research, investigou o potencial do rastreamento ocular (eye tracking) como ferramenta para monitorar a eficácia de tratamentos para o autismo.
O estudo analisou dados de 25 pesquisas, envolvendo um total de 828 participantes com autismo, com idades variando entre 3 e 28 anos. Os pesquisadores avaliaram se as mudanças nos padrões de rastreamento ocular estavam associadas a melhorias nos resultados do tratamento. A análise revelou que, de fato, houve uma melhora significativa nos resultados de rastreamento ocular após o tratamento. Isso sugere que o rastreamento ocular pode ser um indicador sensível das mudanças que ocorrem durante as intervenções terapêuticas.
Embora os resultados sejam promissores, a pesquisa também indicou que a capacidade do rastreamento ocular em prever a resposta ao tratamento é menos robusta. A correlação entre os padrões de rastreamento ocular iniciais e as mudanças nos resultados do desenvolvimento após o tratamento foi moderada e não estatisticamente significativa. No entanto, os autores observaram efeitos de moderação com base no domínio do desenvolvimento e no sexo, o que indica que o rastreamento ocular pode ser mais útil para prever resultados em subgrupos específicos de indivíduos autistas. O estudo conclui que o rastreamento ocular apresenta potencial como ferramenta de monitoramento do tratamento, mas mais pesquisas são necessárias para determinar sua utilidade preditiva.
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