Autismo: Estudo Revela Alterações Microestruturais na Matéria Branca Cerebral
Um estudo recente, publicado no periódico Cerebral Cortex, investigou as diferenças microestruturais na matéria branca do cérebro de crianças e jovens adultos com autismo. A pesquisa utilizou técnicas avançadas de ressonância magnética por difusão (dMRI) para analisar a integridade das fibras nervosas em diversas regiões cerebrais.
Ao contrário de estudos anteriores que apresentavam resultados inconsistentes, esta pesquisa empregou uma abordagem analítica refinada, juntamente com um modelo microestrutural avançado. Isso permitiu um mapeamento mais preciso das propriedades microestruturais e a identificação de alterações sutis que poderiam ter passado despercebidas em análises convencionais. Os pesquisadores examinaram dados de 365 participantes, com idades entre 5 e 24 anos, incluindo indivíduos com autismo e um grupo de controle neurotípico.
Os resultados revelaram que o autismo está associado a uma menor anisotropia fracional (uma medida da integridade da matéria branca) e maior difusividade em porções localizadas de quase todos os tratos comissurais e de associação examinados. Esses tratos interconectam uma ampla gama de regiões cerebrais, incluindo as áreas frontal, temporal, parietal e occipital. Essa descoberta sugere que as alterações na microestrutura da matéria branca no autismo podem ser mais prevalentes e distribuídas por todo o cérebro do que se pensava anteriormente, afetando a comunicação entre diferentes regiões cerebrais cruciais para diversas funções cognitivas e comportamentais. Este estudo reforça a importância de utilizar métodos de análise avançados para compreender melhor as bases neurobiológicas do autismo.
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