Autismo e Nutrição: Um Panorama da Alimentação de Crianças e Adolescentes no Brasil
Um estudo recente investigou o perfil clínico e nutricional de crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) no Brasil, revelando informações importantes sobre seus hábitos alimentares e problemas associados. A pesquisa, realizada através de um questionário online de abrangência nacional, envolveu 613 participantes com idades entre 2 e 17 anos.
Os resultados apontaram para uma prevalência significativa de alergias alimentares, com destaque para a alergia ao leite de vaca, relatada por 70,2% dos participantes alérgicos. Além disso, problemas gastrointestinais foram comuns, sendo a constipação o mais frequente (54,1%). O estudo também identificou a presença de pica (ingestão de substâncias não alimentares) em 25% da amostra, e seletividade alimentar em expressivos 77,2%, com maior rejeição a frutas, verduras e alimentos com texturas pastosas. Uma parcela considerável dos participantes (44,5%) seguia alguma dieta especial, com exclusão de glúten/trigo (75,4%) e caseína/leite animal (76,1%).
A pesquisa revelou ainda que mais da metade dos participantes não consumia frutas (50,6%), verduras (68,1%) ou folhas verdes (83,6%) com frequência. Foi encontrada uma correlação positiva entre seletividade alimentar e sintomas gastrointestinais, alergia alimentar e sintomas gastrointestinais, e pica e sintomas gastrointestinais, indicando uma possível ligação entre esses fatores. As conclusões do estudo enfatizam a importância de acompanhamento nutricional adequado para crianças e adolescentes com TEA no Brasil, visando mitigar os riscos de deficiências nutricionais e promover uma melhor qualidade de vida. É fundamental que pais e cuidadores estejam atentos aos hábitos alimentares e busquem orientação profissional para garantir uma dieta equilibrada e adaptada às necessidades específicas de cada indivíduo.
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