ASMR: A Ciência por Trás dos Arrepios Relaxantes e seus Benefícios Terapêuticos
Você já sentiu um formigamento agradável no couro cabeludo e pescoço ao ouvir certos sons ou receber estímulos visuais suaves? Essa sensação, conhecida como Resposta Sensorial Meridiana Autônoma (ASMR), tem ganhado popularidade como uma forma de reduzir a ansiedade e melhorar o sono. Mas qual é a ciência por trás desse fenômeno intrigante?
Uma nova teoria, chamada Hipótese da Predição de Proximidade (HPP), busca explicar os mecanismos neurais do ASMR. Essa hipótese propõe que sons próximos, como sussurros ou o som de escovas, ativam uma rede no cérebro responsável por processar o espaço ao nosso redor. Essa ativação gera uma expectativa de um toque suave, estimulando as fibras C-táteis (CT) presentes na pele do couro cabeludo e pescoço. Essa antecipação do toque, e não o toque em si, parece ser crucial para desencadear a sensação de ASMR.
A HPP sugere que essa predição de toque suave diminui a atividade de uma região cerebral chamada locus coeruleus (LC), responsável por gerar excitação e alerta. Ao mesmo tempo, aumenta a atividade do nervo vago, que promove o relaxamento. Essa combinação de efeitos explicaria os benefícios terapêuticos do ASMR, como a redução da ansiedade e a melhora da qualidade do sono. Estudos também indicam que o prazer associado ao ASMR, e não a ativação simpática (resposta de “lutar ou fugir”), é o principal motor da resposta sensorial. A pesquisa abre caminho para intervenções terapêuticas direcionadas, baseadas em evidências, para distúrbios de ansiedade e sono, aproveitando o poder relaxante do ASMR. Indivíduos com alta ansiedade ou autismo podem apresentar efeitos ainda mais fortes, devido a um maior erro de predição interoceptiva.
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