Ritmo e Performance: Como a Música Pode Otimizar Seu Pedal
A relação entre música e exercício físico é bem conhecida, mas um estudo recente investigou os mecanismos biomecânicos específicos pelos quais o ‘groove’ musical – caracterizado por ritmo e qualidades que induzem ao movimento – modula a coordenação durante o ciclismo. A pesquisa buscou entender como diferentes níveis de groove afetam a cinemática dos membros inferiores e o controle neuromuscular em ciclistas durante o exercício de alta intensidade.
O estudo envolveu 24 ciclistas treinados que pedalaram em três condições diferentes: com um metrônomo (controle), com música de baixo groove (LG) e com música de alto groove (HG). Os níveis de groove foram classificados usando um modelo de aprendizado profundo validado. Durante os testes, foram analisados os movimentos tridimensionais e a atividade muscular dos participantes. A coordenação entre quadril e tornozelo, e entre pelve e tronco, foi avaliada. Além disso, a atividade de 12 músculos da perna foi monitorada para entender como o corpo organiza os padrões de ativação muscular.
Os resultados mostraram que a música de alto groove (HG) promoveu uma coordenação mais eficiente durante o ciclismo. Especificamente, houve um aumento na sincronização entre quadril e tornozelo, bem como entre pelve e tronco. A complexidade da sinergia muscular também aumentou, e o músculo sóleo, importante para a estabilização do tornozelo, apresentou maior ativação. A pesquisa fornece evidências de que intervenções auditivo-motoras baseadas no groove podem ser benéficas, e abre caminhos para a seleção de músicas personalizadas para otimizar o desempenho em esportes e reabilitação. É importante notar que mais estudos são necessários para verificar os benefícios diretos na performance através de medidas cinéticas e metabólicas.
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