Transplante de Microbiota Fecal Alivia Comportamentos Semelhantes ao Autismo em Modelo Animal
Pesquisadores investigaram o potencial do transplante de microbiota fecal (TMF) direcionado para aliviar comportamentos semelhantes ao autismo em um modelo de camundongo induzido por ácido propiónico (PPA). O estudo, publicado na revista Brain, Behavior, and Immunity, focou na restauração do equilíbrio excitatório/inibitório no cérebro através da modulação do eixo intestino-cérebro.
O transtorno do espectro autista (TEA) é caracterizado por dificuldades na interação social, comportamentos repetitivos e interesses restritos. Evidências crescentes sugerem que a microbiota intestinal desempenha um papel importante na fisiopatologia do TEA. O TMF surge como uma potencial estratégia terapêutica. Neste estudo, os camundongos expostos ao PPA exibiram comportamentos semelhantes ao autismo, incluindo ansiedade, auto-cuidado repetitivo e déficits de interação social, juntamente com alterações na composição da microbiota intestinal, níveis de ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) e perfis de neurotransmissores.
A seleção de doadores baseada no sequenciamento do gene 16S rRNA revelou que o TMF de doadores com alta abundância de Lactobacillus foi mais eficaz na melhoria dos déficits de interação social em comparação com doadores com níveis mais baixos de Lactobacillus. A intervenção com TMF direcionado restaurou a diversidade da microbiota intestinal e enriqueceu táxons benéficos, como Lactobacillus, Roseburia e Blautia. Além disso, o TMF direcionado reduziu os níveis de PPA nas fezes e no córtex pré-frontal (CPF), e normalizou a razão Glu/GABA no CPF, sugerindo uma restauração do equilíbrio E/I (excitação/inibição). Gravações eletrofisiológicas confirmaram que o TMF corrigiu o desequilíbrio E/I em neurônios piramidais do CPF, reduzindo a frequência de sEPSC e aumentando a frequência de sIPSC. Estes resultados fornecem evidências para o potencial do TMF direcionado como uma estratégia terapêutica para o TEA, destacando a importância da seleção de doadores com base na composição da microbiota intestinal.
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