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O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição complexa, influenciada por uma variedade de fatores genéticos e ambientais. Pesquisas recentes têm demonstrado que mutações associadas ao TEA podem afetar a expressão e o funcionamento dos canais iônicos voltagem-dependentes, estruturas cruciais para a excitabilidade dos neurônios. Essas alterações podem levar a déficits na forma como os neurônios disparam seus potenciais de ação, impactando a comunicação entre as células cerebrais.

Um estudo publicado no Journal of Visualized Experiments explora novas abordagens para investigar como essas mutações afetam a excitabilidade neuronal em modelos de autismo. A técnica de dynamic clamp surge como uma ferramenta promissora. Diferente das tradicionais gravações de voltage-clamp, que medem a corrente elétrica, o dynamic clamp permite injetar em tempo real correntes iônicas definidas pelo pesquisador em neurônios vivos. Isso possibilita testar diretamente o efeito de alterações nas propriedades dos canais iônicos sobre a atividade elétrica das células, oferecendo uma compreensão mais causal da relação entre as mutações e os resultados fisiológicos observados no TEA.

Os pesquisadores utilizaram neurônios de Purkinje de camundongos adultos, um modelo relevante para o estudo do TEA devido ao seu papel na função cerebelar, frequentemente implicada no transtorno. Eles focaram no gene Tsc1, cujas mutações são causas monogenéticas comuns de TEA. A deleção de Tsc1 em neurônios de Purkinje está associada à redução da expressão de canais de sódio voltagem-dependentes (Nav). Através da combinação de modelagem computacional da condutância Nav, dynamic clamp e técnicas convencionais de patch-clamp, o estudo demonstra como as alterações na condutância de sódio impactam o disparo de potenciais de ação nos neurônios de Purkinje. Essa abordagem integrada oferece um método poderoso para ligar perturbações genéticas a resultados fisiológicos relevantes para o TEA, abrindo caminhos para o desenvolvimento de terapias mais eficazes.

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