Melatonina e Sono em Adolescentes com Transtornos do Neurodesenvolvimento: A Perspectiva dos Pais
Distúrbios do sono são comuns em adolescentes diagnosticados com transtornos do neurodesenvolvimento (TND), como o transtorno do espectro autista (TEA) e/ou o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH). Esses distúrbios podem agravar sintomas como comportamentos estereotipados e repetitivos, desatenção, hiperatividade e dificuldades de aprendizado. Uma pesquisa recente explorou as percepções dos pais sobre o uso de melatonina em seus filhos adolescentes com TND para melhorar a qualidade do sono.
O estudo envolveu entrevistas com pais de adolescentes entre 11 e 18 anos diagnosticados com TEA e/ou TDAH. Os resultados revelaram que, antes de iniciar o uso da melatonina, todos os adolescentes apresentavam dificuldades para adormecer. Os pais também relataram prejuízos relacionados ao sono no funcionamento da criança e da família, incluindo problemas de comportamento, dificuldades cognitivas e privação de sono dos pais. A maioria dos pais havia tentado intervenções relacionadas à higiene do sono antes de optar pela melatonina, e mais da metade iniciou o uso por recomendação de um profissional de saúde. Todos os pais consideravam a melatonina um produto natural, sem grandes riscos à saúde ou à segurança.
Os pais participantes do estudo observaram melhorias no tempo para adormecer de seus filhos com o uso de melatonina. No entanto, os pais relataram variações nas marcas de melatonina, mudanças nas dosagens e até mesmo a interrupção e o reinício do uso. Devido às inconsistências relatadas na pureza e na dosagem entre as diferentes marcas de melatonina disponíveis no mercado, a pesquisa destaca a importância de orientar os pais sobre a escolha da marca e a dosagem adequadas, bem como os potenciais impactos na eficácia e segurança do tratamento. Estudos futuros devem focar na validação e padronização de intervenções relacionadas ao sono para adolescentes, incluindo o uso e a segurança em longo prazo da melatonina exógena.
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