Atividade Física Adaptada e Telemedicina: Uma Combinação Eficaz para Doenças Crônicas?
Programas de atividade física adaptada (APA) são reconhecidos por seus benefícios para pacientes com doenças não transmissíveis. No entanto, barreiras de acesso muitas vezes limitam o alcance desses programas. Uma abordagem promissora para superar esses obstáculos é a utilização de programas híbridos, que combinam sessões presenciais com telemedicina.
Um estudo recente avaliou a aceitabilidade e a eficácia de um programa APA híbrido de três meses, comparando-o com o tratamento presencial padrão. A pesquisa também investigou se os benefícios obtidos persistiam ao longo de um período de até 36 meses. Os resultados indicaram que o programa híbrido é viável, bem aceito e produz ganhos duradouros e clinicamente significativos na capacidade cardiorrespiratória e no nível de atividade física, equiparando-se à reabilitação convencional. Vinte pacientes com doenças crônicas participaram do programa APA, que iniciou com sessões presenciais e evoluiu para uma combinação de videoconferência e exercícios domiciliares. Um grupo de controle, composto por 100 pacientes com características semelhantes que receberam o programa padrão presencial, foi utilizado para comparação.
Os participantes do programa híbrido demonstraram alta adesão e satisfação, além de melhorias significativas na capacidade cardiorrespiratória e aumento nos níveis de atividade física relatados. Embora os tamanhos de efeito gerais entre os dois grupos tenham sido pequenos, os efeitos de ambos os programas persistiram por até três meses após o término, com tamanhos de efeito relevantes, e até 33 meses para o teste de caminhada de seis minutos (6 MWT). Apesar da alta aceitabilidade e adesão observadas na maioria dos pacientes do grupo híbrido, alguns participantes apresentaram menor envolvimento. Esses achados sugerem que programas híbridos, incluindo a telemedicina, podem ser uma alternativa eficaz para expandir o acesso à atividade física adaptada, especialmente para indivíduos com doenças crônicas. Estudos randomizados maiores são necessários para confirmar esses resultados e otimizar a implementação desses programas.
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