Crise na Saúde Mental Juvenil na Europa: Leitos Hospitalares são a Solução?
A saúde mental de jovens em todo o mundo tem apresentado sinais de declínio nos últimos 15 anos, com o acesso a tratamento médico e assistência se tornando cada vez mais desafiador. Um estudo recente, apresentado no 21º Congresso Internacional da Sociedade Europeia de Psiquiatria Infantil e da Adolescência, explorou a questão crucial de se o aumento no número de leitos psiquiátricos hospitalares seria a resposta para essa crescente crise.
A pesquisa revelou disparidades significativas na disponibilidade de leitos hospitalares para crianças e adolescentes em diferentes países da Europa. Surpreendentemente, essas variações não se correlacionam com melhores resultados na saúde mental e comportamental dos jovens em nível populacional. A análise dos dados também não sugere que essa heterogeneidade reflita a necessidade de abordar diferentes níveis de psicopatologia. Isso levanta questões importantes sobre a eficácia de simplesmente aumentar a capacidade hospitalar como uma solução para a crise de saúde mental juvenil.
O estudo aponta para a importância de intervenções ambulatoriais e domiciliares eficazes, que podem reduzir a dependência hospitalar sem comprometer a eficácia do tratamento. A pandemia da COVID-19 evidenciou tanto a vulnerabilidade dos serviços tradicionais quanto o papel crescente do suporte digital à saúde mental, com adolescentes buscando cada vez mais ajuda por meio de plataformas online. Modelos inovadores, como os de cuidados escalonados e os baseados na comunidade, demonstram o potencial de ampliar o alcance dos serviços, conservando recursos especializados. Diante da escassez de capacidade, o estudo destaca a necessidade de recomendações em toda a Europa para garantir o acesso equitativo a cuidados emergenciais, integrando ao mesmo tempo serviços inovadores, com suporte digital e de fácil acesso, nos sistemas de saúde mental juvenil.
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