Alterações Lipídicas na Gravidez e Risco de Autismo: Uma Nova Perspectiva
Um estudo recente investigou a ligação entre alterações nos níveis de lipídios (gorduras) em mães e bebês e o risco de Transtorno do Espectro Autista (TEA). A pesquisa sugere que mudanças específicas no metabolismo lipídico, tanto na mãe durante a gravidez quanto no bebê ao nascer, podem estar associadas a um risco aumentado de desenvolver TEA. Esta descoberta abre novas portas para a identificação precoce e, potencialmente, estratégias de prevenção.
Os pesquisadores analisaram dados de diversos estudos e observaram que desequilíbrios nos ácidos graxos ômega-3 e ômega-6 nas mães, bem como baixos níveis de colesterol LDL (o chamado ‘colesterol ruim’) após o parto, estavam relacionados a um maior risco de TEA nos filhos. Além disso, alterações em lipídios específicos encontrados no sangue do cordão umbilical e em recém-nascidos, como acilcarnitinas e esfingomielinas, também foram associadas ao desenvolvimento de sintomas de autismo. É importante ressaltar que alguns estudos demonstraram uma precisão preditiva moderada, utilizando técnicas de aprendizado de máquina (AUROC entre 0,71 e 0,85).
Embora os resultados sejam promissores, os pesquisadores enfatizam a necessidade de mais estudos com protocolos padronizados e amostras longitudinais. A diversidade nos métodos de coleta e análise dos lipídios dificulta a comparação entre os estudos e a generalização dos resultados. No entanto, a identificação de potenciais biomarcadores lipídicos para o TEA representa um avanço significativo, abrindo caminho para intervenções precoces e personalizadas, que podem melhorar a qualidade de vida de indivíduos com TEA e suas famílias. Compreender o papel do metabolismo lipídico no desenvolvimento neurológico é crucial para futuras pesquisas e estratégias de prevenção.
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