Musicoterapia Orquestral Inclusiva: Uma Abordagem Multimodal para Transtornos do Neurodesenvolvimento
Transtornos do neurodesenvolvimento (TND) abrangem um conjunto heterogêneo de condições que se manifestam precocemente, impactando funções executivas, planejamento motor, habilidades linguísticas e regulação socioemocional. Novas pesquisas exploram o potencial da musicoterapia orquestral inclusiva como uma intervenção promissora para auxiliar no tratamento dessas condições.
Estudos de neuroimagem e clínicos sugerem que intervenções baseadas na música podem ativar redes neurais distribuídas, incluindo circuitos fronto-estriatais, têmporo-parietais, límbicos e do tronco encefálico. Essa ativação ocorre através de mecanismos como o tempo preditivo, a sincronização intermodal e a plasticidade adaptativa, elementos fundamentais no desenvolvimento neurológico e na modulação de funções cognitivas e emocionais. A terapia orquestral inclusiva, em particular, oferece um ambiente rico em estímulos sensoriais e sociais, potencialmente otimizando esses mecanismos.
O método I-SOUND, derivado do Método Euterpe, visa integrar três módulos complementares: Terapia Musical Individual (IMT), um módulo de Terapia Musical Orquestral (OMT) e um Processo de Transferência Multidirecional e Iterativo (MIT-P). Essa abordagem busca abordar domínios neurofuncionais específicos e promover a generalização para contextos cotidianos. Um estudo em duas fases, combinando uma análise observacional e um ensaio clínico randomizado, está planejado para avaliar a viabilidade, fidelidade, sustentabilidade e aplicabilidade clínica dessa abordagem em populações heterogêneas com TND. Embora a pesquisa ainda esteja em andamento, a musicoterapia orquestral inclusiva representa um caminho promissor para o desenvolvimento de intervenções mais abrangentes e personalizadas no campo dos transtornos do neurodesenvolvimento, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida e promover a inclusão social de indivíduos afetados.
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