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Nos últimos anos, a hipótese do Cérebro Bayesiano tem ganhado destaque como uma possível explicação para o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Essa teoria sugere que o TEA pode estar relacionado a diferenças na forma como o cérebro processa previsões e erros de previsão. Um estudo recente investigou se essas diferenças no processamento de erros de previsão seriam específicas para determinados tipos de estímulos (domínio-específicas) no TEA, e mais gerais no Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH).

Pesquisadores analisaram a atividade cerebral de adultos com TEA e TDAH enquanto eles eram expostos a faces com diferentes cores e expressões emocionais. O objetivo era identificar como o cérebro reage quando as expectativas não se concretizam, ou seja, quando há um erro de previsão. Para isso, utilizaram um modelo computacional complexo que permitiu isolar e quantificar os sinais neurais relacionados aos erros de previsão e à força da previsão, tanto para as cores quanto para as emoções das faces. É importante ressaltar que as faces apresentadas eram irrelevantes para a tarefa que os participantes estavam realizando, o que permitiu avaliar o processamento automático desses estímulos.

Os resultados revelaram que, em ambos os grupos (TEA e TDAH), o cérebro mostrava respostas neurais aos erros de previsão relacionados às cores e à força da previsão relacionada às emoções. No entanto, não foram encontradas diferenças significativas entre os grupos na forma como o cérebro processava esses erros de previsão, tanto para as cores quanto para as emoções. Isso sugere que, ao contrário do que se pensava, o processamento de erros de previsão para informações visuais básicas e informações sociais complexas pode estar preservado tanto no TEA quanto no TDAH. Esses achados abrem novas perspectivas para a compreensão das bases neurais desses transtornos e podem contribuir para o desenvolvimento de intervenções mais eficazes.

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