Saúde Desvendada

A luxação esternoclavicular, uma lesão incomum, especialmente em crianças, ocorre quando a clavícula se desloca da sua articulação com o esterno. A direção desse deslocamento define a gravidade da lesão, sendo a luxação posterior a mais perigosa devido à proximidade de vasos sanguíneos importantes e da traqueia. A rapidez no diagnóstico e o tratamento adequado são, portanto, cruciais para evitar complicações.

Um estudo de caso recente relata a situação de um menino de 14 anos que sofreu uma luxação esternoclavicular posterior após um incidente em que seu braço foi torcido e puxado para trás por um amigo. Ao chegar ao departamento de emergência, o jovem apresentava dor intensa na região da clavícula. O exame físico revelou a ausência da extremidade medial da clavícula em sua posição normal. O ultrassom à beira leito auxiliou no diagnóstico inicial, que foi confirmado por raio-X e tomografia computadorizada (TC). A TC foi fundamental para determinar a posição exata da clavícula em relação às estruturas vitais.

Devido à gravidade da luxação, o paciente foi submetido a cirurgia. A tentativa inicial de redução fechada (manobra para realinhar o osso sem cirurgia aberta) não obteve sucesso, levando o cirurgião a optar pela redução aberta, um procedimento que envolve uma incisão para acessar a articulação. A fixação foi realizada com uma sutura em oito, técnica que visa estabilizar a clavícula em sua posição correta. O pós-operatório transcorreu sem intercorrências, e o paciente recuperou a amplitude total de movimento após alguns meses de fisioterapia. Este caso ressalta a importância do diagnóstico precoce e da avaliação minuciosa em casos de luxação esternoclavicular posterior, especialmente em crianças, para evitar complicações potencialmente fatais. Embora a redução fechada seja frequentemente bem-sucedida, a redução aberta pode ser necessária em certos casos. Com tratamento adequado e fisioterapia, a recuperação completa é possível na população pediátrica.

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