Acupuntura no tratamento do Autismo: Uma análise de estudos recentes
A acupuntura tem ganhado espaço como terapia não farmacológica para o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Uma revisão de literatura recente analisou metodologias de pesquisa e medidas de resultados em ensaios clínicos randomizados (ECRs) que investigam a acupuntura para o TEA. O estudo, que examinou publicações entre 2015 e 2024, identificou 31 estudos relevantes em bases de dados chinesas e inglesas.
Os estudos analisados empregaram principalmente desenhos de dois ou três braços, com controles indiretos. As intervenções com acupuntura focaram, em sua maioria, em pontos na cabeça, com duração de 12 semanas. As técnicas de acupuntura utilizadas foram, predominantemente, de tonificação e redução, com estimulação moderada. Os indicadores de resultados, totalizando 37, foram categorizados em seis domínios: sintomas e sinais (59,46%), indicadores de testes físicos e químicos (20,72%), qualidade de vida (8,11%), eventos de segurança (7,21%), estado funcional (2,70%) e sintomas/síndrome da medicina chinesa (2,70%). A Escala de Avaliação do Autismo Infantil (Childhood Autism Rating Scale) foi a mais utilizada entre os indicadores (23,24%). As avaliações foram realizadas, principalmente, antes do tratamento, após o tratamento e em uma visita de acompanhamento de 12 semanas.
Apesar do crescente interesse, a evidência atual de ECRs sobre acupuntura para TEA ainda é considerada limitada, o que restringe a implementação clínica de protocolos de acupuntura. Os autores do estudo enfatizam a necessidade de pesquisas futuras de alta qualidade que se concentrem na padronização dos desenhos de ensaios clínicos, na minimização de vieses, no estabelecimento de uma seleção de medição de resultados baseada em consenso e no desenvolvimento de um conjunto de resultados essenciais para acupuntura em pacientes com TEA. Tais medidas são cruciais para fortalecer o rigor metodológico e a relevância clínica da pesquisa sobre acupuntura no contexto do TEA. Em suma, enquanto a acupuntura mostra potencial, mais pesquisa robusta é necessária para determinar sua eficácia e otimizar sua aplicação no tratamento do TEA.
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