Autismo: Proteína Galectina-3 como Novo Biomarcador Potencial
A busca por entender as causas do Transtorno do Espectro Autista (TEA) continua sendo um desafio, em grande parte devido à sua complexidade e variedade de manifestações. Modelos animais, especialmente camundongos com genes específicos desativados (knockout), têm se mostrado valiosos para desvendar os mecanismos neurobiológicos relacionados ao TEA, apresentando comportamentos semelhantes aos observados em humanos, como dificuldades na interação social.
Uma pesquisa recente investigou a fundo as proteínas presentes no cérebro e no sangue de modelos de camundongos com TEA e de pacientes diagnosticados com o transtorno. O estudo identificou padrões de proteínas que se repetiam em ambos os grupos, tanto no córtex pré-frontal (região do cérebro associada ao comportamento social e à tomada de decisões) quanto no plasma sanguíneo. Entre as proteínas identificadas, a proteína de ligação à galectina-3 (LGALS3BP) se destacou por apresentar níveis elevados em ambos os modelos. A galectina-3 é conhecida por seu papel em processos inflamatórios e imunológicos, mas sua ligação com o TEA ainda não é totalmente compreendida.
Os resultados preliminares sugerem que a LGALS3BP pode ter um papel importante na fisiopatologia do TEA e, potencialmente, servir como um biomarcador para o transtorno. Embora sejam necessários mais estudos com modelos animais mais diversos e populações humanas maiores e heterogêneas, a descoberta abre novas perspectivas para o desenvolvimento de testes diagnósticos mais precisos e, no futuro, para o desenvolvimento de terapias mais eficazes para o TEA. A identificação de biomarcadores é crucial para um diagnóstico precoce e intervenções mais direcionadas, melhorando a qualidade de vida das pessoas com TEA. A validação da LGALS3BP como biomarcador poderá revolucionar a forma como o autismo é diagnosticado e tratado.
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