Descoberta de Variante Genética Rara: Implicações para o Desenvolvimento Neurológico em Mulheres
Um estudo recente publicado no American Journal of Medical Genetics detalha a identificação de uma variante genética rara, a ZFX frameshift, em uma mulher de 20 anos com um distúrbio do neurodesenvolvimento ligado ao cromossomo X. Essa descoberta expande o conhecimento sobre as manifestações clínicas associadas a essa variante e ressalta a importância do monitoramento cardíaco e endócrino em pacientes afetadas.
A paciente em questão apresentava atrasos motores e de fala, hipotonia desde a infância, e posteriormente foi diagnosticada com defeitos cardíacos congênitos, transtorno do espectro autista, deficiência intelectual leve e crises de ausência. Além disso, desenvolveu perda auditiva neurossensorial, hiperpigmentação da pele e oftalmoplegia. A análise genética revelou uma variante heterozigótica ZFX frameshift, especificamente p.(Met666Valfs*2), que já havia sido identificada em um indivíduo do sexo masculino com a mesma condição. A presença dessa variante reforça sua patogenicidade e contribui para a compreensão da base genética do distúrbio.
O estudo também destaca a variabilidade na expressão fenotípica em mulheres portadoras de variantes patogênicas do gene ZFX. Enquanto algumas podem ser aparentemente não afetadas, outras apresentam quadros sindrômicos complexos. A pesquisa sugere que indivíduos com variantes missense heterozigóticas frequentemente exibem hiperparatireoidismo, indicando uma possível correlação genótipo-fenótipo. A identificação de 15 genes-alvo do ZFX envolvidos no neurodesenvolvimento, através da reanálise de dados de sequenciamento de RNA, sugere um papel para esses genes na patogênese da doença. Diante dessa heterogeneidade e das potenciais complicações cardíacas e endócrinas, o acompanhamento clínico abrangente é crucial para otimizar o cuidado e a qualidade de vida das pacientes.
Origem: Link