Estudo Neonatal: Por que Pais Recusam Participação em Pesquisas Clínicas?
A adesão a estudos clínicos neonatais enfrenta desafios únicos, especialmente no que tange ao consentimento dos pais. Uma pesquisa recente investigou os motivos por trás da recusa parental em participar de um estudo sobre a prevenção da enterocolite necrosante em recém-nascidos. O estudo, conduzido na Dinamarca, revelou uma complexa interação de fatores emocionais, logísticos e sociais que influenciam essa decisão.
Os pesquisadores realizaram entrevistas telefônicas semiestruturadas com pais de bebês saudáveis que optaram por não participar do estudo PrePhage. A análise temática das entrevistas identificou três temas principais: a incerteza do desconhecido, os desafios e o desconforto relacionados à coleta de amostras, e o equilíbrio das expectativas sociais. A incerteza do desconhecido refletiu como a recente experiência da paternidade influencia a disposição dos pais em se envolver em pesquisas. Muitos pais expressaram preocupação com potenciais riscos ou efeitos colaterais desconhecidos para seus bebês.
O segundo tema, desafios e desconforto relacionados à coleta de amostras, destacou os encargos logísticos e o desconforto associados à coleta de amostras de fezes dos recém-nascidos. Essa etapa do estudo foi vista como invasiva e trabalhosa por alguns pais. Por fim, o tema equilibrando as expectativas sociais revelou a tensão entre o valor social da pesquisa e o sentimento de culpa por recusar a participação. Alguns pais sentiram pressão para contribuir com a ciência, mas priorizaram o bem-estar e o conforto de seus filhos. As descobertas enfatizam a importância de estratégias de recrutamento futuras que considerem o momento da abordagem e visem minimizar o fardo da participação para os pais, promovendo, assim, um avanço importante na Saude neonatal.
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