Autismo e Neurotrofinas: Uma Nova Perspectiva sobre o Processamento Sensorial
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição neurodesenvolvimental complexa, caracterizada por uma ampla gama de sintomas, incluindo alterações no processamento sensorial. Indivíduos com TEA frequentemente apresentam dificuldades na percepção e interpretação de estímulos sensoriais, o que pode impactar significativamente sua interação com o mundo ao redor.
Pesquisas recentes têm explorado o papel das neurotrofinas, proteínas essenciais para o desenvolvimento e função neuronal, no contexto do TEA. Estudos apontam para níveis elevados do fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF) e do fator de crescimento nervoso (NGF) em indivíduos com TEA. Essas neurotrofinas desempenham um papel crucial na neuroplasticidade, a capacidade do cérebro de se adaptar e mudar ao longo do tempo. As alterações nesses níveis podem estar relacionadas às dificuldades de processamento sensorial observadas no TEA. No entanto, é importante ressaltar que a pesquisa ainda está em andamento e os resultados são complexos.
Apesar do crescente interesse nessa área, ainda existem lacunas significativas no conhecimento sobre a relação entre os níveis de neurotrofinas e os déficits de integração sensorial no TEA. A heterogeneidade do TEA, com sua vasta gama de sintomas e alterações neuroanatômicas, torna a busca por biomarcadores universais um desafio. Análises mais detalhadas das concentrações de neurotrofinas, em relação a distúrbios sensoriais específicos e sua severidade, podem oferecer insights valiosos. Além disso, a modulação da sinalização de neurotrofinas surge como uma possível via terapêutica, embora sua eficácia no TEA ainda precise ser comprovada por estudos adicionais.
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