Autismo no Brasil: Análise Revela Tendências e Desafios Regionais
Um estudo recente investigou as tendências temporais e a distribuição espacial dos casos de Transtorno do Espectro Autista (TEA) no Brasil, com base em dados de matrículas escolares entre 2014 e 2023. A pesquisa, publicada na Revista Brasileira de Psiquiatria, lança luz sobre o aumento significativo de diagnósticos de TEA relatados no país e identifica padrões regionais que demandam atenção.
Os resultados indicam um crescimento notável nos casos de TEA autodeclarados em todo o território nacional. A análise revelou que a média de casos subiu de 8,23 para 134,49 a cada 10 mil matrículas no período analisado. Esse aumento consistente foi observado na maioria dos estados, com exceção de São Paulo, que apresentou um crescimento mais lento. O Acre, por outro lado, registrou o maior aumento proporcional. Essa disparidade entre os estados sugere que fatores regionais, como acesso a serviços de saúde e conscientização sobre o TEA, podem influenciar a identificação e o registro dos casos.
Além do aumento geral, o estudo também identificou um fortalecimento do agrupamento espacial dos casos de TEA. A análise LISA (Indicadores Locais de Associação Espacial) revelou a persistência de clusters nas regiões Sul e Sudeste, além do surgimento de novos clusters no Nordeste. Essa concentração geográfica dos casos de TEA ressalta a necessidade de políticas e serviços de saúde direcionados a essas regiões, visando garantir o acesso equitativo ao diagnóstico precoce, tratamento adequado e apoio às famílias. A identificação dessas tendências e padrões espaciais é crucial para o desenvolvimento de estratégias de saúde pública eficazes e para a promoção de uma melhor qualidade de vida para as pessoas com TEA e suas famílias.
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