Dor Crônica de Alto Impacto e Absenteísmo: Fatores de Risco Revelados em Estudo
A dor crônica de alto impacto (DCAI) afeta uma parcela significativa da população mundial, cerca de 8%. Além do sofrimento físico e emocional, essa condição aumenta consideravelmente o risco de afastamento prolongado do trabalho, gerando perdas financeiras para o indivíduo e custos sociais elevados. A prevenção, portanto, é fundamental, e o primeiro passo para isso é identificar os fatores de risco associados ao absenteísmo de longo prazo.
Uma pesquisa recente, combinando uma revisão bibliográfica abrangente com um estudo de coorte baseado em registros suecos, buscou identificar e analisar esses potenciais fatores de risco. Os pesquisadores utilizaram um modelo de regressão logística multivariável para estimar a associação entre diversos fatores e o afastamento do trabalho por mais de 180 dias no terceiro ano após o início do acompanhamento especializado. A contribuição de cada fator para o modelo foi avaliada através do teste do qui-quadrado da razão de verossimilhança.
Dos 57 fatores de risco identificados inicialmente, 34 foram analisados em uma amostra de mais de 10 mil pacientes, dos quais 25% experimentaram absenteísmo de longo prazo. Sete fatores se mostraram significativos: histórico de afastamento anterior, comorbidades neurológicas, autoavaliação da capacidade para o trabalho, confiança na recuperação, sexo feminino, duração da dor e renda familiar (que apresentou uma relação complexa, não linear). O estudo confirmou a forte associação entre histórico de afastamento e o risco de novos episódios. Ao direcionar intervenções para esses fatores de risco, é possível facilitar a reintegração ao mercado de trabalho de indivíduos que sofrem de DCAI, reduzindo o sofrimento individual e os custos para a sociedade.
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