Autismo e Problemas Gastrointestinais: Um Caso de Deficiência de Dissacaridase
A relação entre Transtorno do Espectro Autista (TEA) e problemas gastrointestinais (GI) tem sido objeto de crescente interesse na área da saúde. Estudos indicam que crianças com TEA apresentam uma incidência significativamente maior de sintomas como diarreia, constipação e dor abdominal em comparação com seus pares sem o transtorno. Identificar a causa desses sintomas pode ser um desafio, especialmente em pacientes com comunicação não verbal ou atraso no desenvolvimento.
Um estudo de caso recente publicado no Journal of Pediatric Health Care descreve a experiência de um paciente de 13 anos com TEA e comunicação não verbal que passou por uma extensa investigação devido a preocupações gastrointestinais. A apresentação clínica, o raciocínio diagnóstico, a intervenção terapêutica e o acompanhamento foram cuidadosamente detalhados. O caso em questão apontou para uma deficiência de dissacaridase, mais especificamente, deficiência de lactase, como um fator contribuinte para alterações agudas no comportamento e nos hábitos de higiene do paciente.
A deficiência de lactase, que impede a digestão adequada da lactose (açúcar presente no leite e derivados), pode manifestar-se através de diversos sintomas gastrointestinais, impactando o bem-estar geral. Em pacientes com TEA, onde a comunicação pode ser limitada, a identificação da causa da dor ou desconforto torna-se ainda mais complexa. Este caso reforça a importância de investigar minuciosamente as possíveis causas de dor em crianças com TEA, especialmente aquelas que não conseguem expressar verbalmente seus sintomas. Considerar condições como deficiência de dissacaridase pode levar a intervenções terapêuticas eficazes e melhorar significativamente a qualidade de vida desses pacientes. A investigação abrangente é crucial para evitar a atribuição incorreta de novos comportamentos a características inerentes ao TEA, garantindo um tratamento adequado e individualizado.
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