Estimulação do Nervo Vago Auricular: Uma Nova Abordagem para Equilibrar a Atividade Cerebral?
A estimulação transcutânea do nervo vago auricular (taVNS) surge como uma técnica promissora no campo da neuroestimulação. Este método não invasivo tem o potencial de modular a atividade cerebral, particularmente as oscilações de baixa frequência medidas por eletroencefalografia (EEG). Estudos preliminares sugerem que a taVNS pode oferecer benefícios terapêuticos em diversas condições, incluindo depressão e dor crônica. Mas como essa técnica realmente afeta o cérebro?
Uma pesquisa recente investigou os efeitos de uma única sessão de taVNS nas oscilações cerebrais em indivíduos saudáveis. O estudo, realizado em um formato randomizado, duplo-cego e controlado por placebo, envolveu 44 participantes divididos em dois grupos: um que recebeu a estimulação ativa e outro que recebeu uma estimulação simulada (sham). A atividade elétrica cerebral dos participantes foi monitorada por meio de EEG, com foco nas regiões frontal, central e parietal de ambos os hemisférios.
Os resultados revelaram que a taVNS ativa modula as oscilações de baixa frequência nas áreas frontais do cérebro. Especificamente, o grupo que recebeu a estimulação ativa apresentou um aumento na potência da atividade delta na região frontal em comparação com o grupo sham. Além disso, observou-se um aumento na assimetria delta, com maior atividade no hemisfério direito, no grupo ativo. Esses achados sugerem que a taVNS pode induzir alterações seletivas nas oscilações cerebrais em repouso, com potencial para ativar a rede fronto-vagal, promovendo uma atividade cerebral mais equilibrada e benéfica. A pesquisa abre caminhos para futuras investigações sobre o uso da taVNS como ferramenta terapêutica em diversas condições neurológicas e psiquiátricas.
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