Atenção Seletiva e Movimentos Repetitivos: Desvendando a Neurociência por Trás do ‘Stimming’
Um estudo recente investigou a relação entre a atenção espacial e os movimentos repetitivos, também conhecidos como ‘stimming’. Esses movimentos, frequentemente associados ao autismo, também podem estar presentes em indivíduos neurotípicos. A pesquisa buscou compreender como o ‘stimming’ modula a capacidade de focar a atenção, utilizando análise de padrões multivariados de dados de eletroencefalograma (EEG) para decodificar a implantação da atenção espacial.
Tradicionalmente, o ‘stimming’ tem sido visto como um comportamento problemático, mas muitas pessoas relatam que ele pode, na verdade, beneficiar a atenção. Para investigar essa hipótese, os pesquisadores validaram um paradigma experimental, inspirado no modelo de Posner, que avalia a capacidade de classificar a direção de um estímulo visual. Os resultados indicaram que a precisão da decodificação da direção do estímulo era superior ao acaso a partir de aproximadamente 300 milissegundos após o início do estímulo.
A análise revelou que o ‘stimming’ não parece ter um impacto negativo na capacidade de atenção, a menos que o indivíduo não se envolva tipicamente nesses comportamentos. Isso sugere que intervenções destinadas a reduzir o ‘stimming’ podem não ser necessariamente justificadas. Os resultados reforçam a necessidade de mais pesquisas sobre os potenciais benefícios do ‘stimming’, especialmente dentro da população autista. Estudos futuros poderiam explorar a possível sobreposição entre o ‘stimming’ autista e os comportamentos de inquietação característicos do TDAH, buscando compreender as significativas intersecções entre as características das duas condições. Este estudo oferece uma nova perspectiva sobre o ‘stimming’ e sua relação com a atenção, abrindo caminhos para abordagens mais compreensivas e personalizadas no cuidado da saúde mental.
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