Proteínas de Fase Aguda Neonatal: O Que a Genética e o Ambiente Revelam?
Estudos recentes têm demonstrado uma ligação entre os níveis de proteínas de fase aguda (PFAs) em recém-nascidos e a ocorrência de condições como autismo e esquizofrenia. As PFAs são produzidas pelo fígado em resposta a inflamações, infecções ou traumas, e seus níveis podem ser indicadores importantes da saúde do neonato. Uma nova pesquisa buscou entender melhor a influência de fatores genéticos e ambientais sobre a variação desses níveis logo após o nascimento.
Utilizando uma das maiores amostras de gêmeos já estudadas, os pesquisadores analisaram a proporção de fatores hereditários e não hereditários que contribuem para a variação nas PFAs. Amostras de sangue seco coletadas de gêmeos foram analisadas para medir os níveis de diversas PFAs. Os resultados mostraram que a variação em proteínas como α-2 macroglobulina, proteína C-reativa, ferritina, fibrinogênio, haptoglobina, amiloide sérica A e amiloide sérica P foi amplamente explicada por fatores genéticos aditivos (70-90%). Isso sugere que a predisposição genética desempenha um papel significativo na determinação dos níveis dessas proteínas em recém-nascidos.
Por outro lado, a pesquisa apontou que a variação nos níveis de ativador de plasminogênio tecidual e procalcitonina foi predominantemente influenciada por fatores ambientais comuns (60-70%), com uma contribuição mínima de fatores genéticos. Esses fatores ambientais comuns podem estar relacionados a eventos durante a gravidez e o parto, indicando que o ambiente intrauterino e as condições de nascimento podem ter um impacto significativo nos níveis dessas proteínas específicas. Além disso, o estudo investigou a possível associação entre os níveis de PFAs e o autismo em gêmeos, mas não encontrou nenhuma ligação significativa entre eles. É importante considerar o potencial confundimento familiar em estudos futuros que investiguem a relação entre qualquer PFA e autismo. Em resumo, a pesquisa fornece informações valiosas sobre a complexa interação entre genética e ambiente na determinação dos níveis de proteínas de fase aguda em recém-nascidos, com implicações importantes para a compreensão e o monitoramento da saúde neonatal.
Origem: Link