Estimulação da Medula Espinhal: Uma Nova Abordagem para o Controle do Clônus
O clônus, caracterizado por contrações musculares rítmicas e involuntárias, é uma manifestação comum em pacientes com lesão medular e esclerose múltipla. Essas contrações podem interferir significativamente nas atividades diárias e reduzir a qualidade de vida. Um estudo recente explorou o potencial da neuromodulação, especificamente a estimulação da medula espinhal (EMS) e a estimulação da raiz dorsal (ERD), como uma ferramenta terapêutica para monitorar e tratar o clônus.
A pesquisa envolveu quatro participantes, três com lesão medular e um com esclerose múltipla. Durante o estudo, eletrodos de EMS foram temporariamente inseridos na região toracolombar da medula espinhal, enquanto os participantes com lesão medular também receberam implantes de ERD na raiz dorsal L4. O clônus foi induzido mecanicamente no tornozelo, e a atividade elétrica do músculo sóleo foi registrada em sincronia com os potenciais elétricos da medula espinhal, captados pelos eletrodos de EMS e ERD. Os resultados revelaram que o clônus se manifestava como uma banda proeminente de atividade (5-8 Hz) nas gravações dos eletrodos, do músculo sóleo e de acelerômetros. Em todos os participantes, a estimulação espinhal percutânea reduziu a duração e o número de ciclos do clônus.
Um dos achados mais notáveis foi a supressão imediata do clônus após a ativação da estimulação da medula espinhal. Surpreendentemente, essa supressão persistiu mesmo após a desativação da estimulação e a reindução do clônus. Esses resultados promissores destacam o potencial da neuromodulação como uma estratégia eficaz para o gerenciamento do clônus em pacientes com lesão medular e esclerose múltipla. A capacidade de monitorar o clônus em tempo real através de biomarcadores objetivos, combinada com os efeitos imediatos e reversíveis da estimulação, sugere que essa abordagem terapêutica pode melhorar significativamente a qualidade de vida desses pacientes. Estudos adicionais com amostras maiores são necessários para confirmar esses achados e otimizar os protocolos de estimulação.
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