Saúde Desvendada

A estimulação da medula espinhal (EME) é uma opção terapêutica eficaz para o alívio de certos tipos de dor crônica. No entanto, o sucesso desse tratamento depende crucialmente da seleção apropriada de pacientes. Um estudo recente investigou a fundo o processo de encaminhamento e avaliação de pacientes para um programa de neuromodulação para dor, revelando insights importantes sobre como otimizar a utilização dessa técnica e evitar frustrações tanto para os pacientes quanto para os profissionais de saúde.

A pesquisa, que analisou retrospectivamente 370 pacientes encaminhados entre julho de 2022 e junho de 2024, identificou que apenas 241 foram considerados adequados para a EME. O grupo considerado apropriado para a estimulação apresentava características distintas, como maior intensidade da dor, predominância de dor neuropática (decorrente de danos nos nervos) e menor uso de opioides. Essa constatação sublinha a importância de uma avaliação criteriosa para identificar os candidatos ideais para a EME, maximizando as chances de sucesso e minimizando o risco de resultados insatisfatórios.

Um dos achados mais relevantes do estudo foi a identificação de que encaminhamentos inadequados eram frequentemente originários de médicos de família. Os principais fatores associados a esses encaminhamentos inapropriados incluíam baixa intensidade da dor relatada pelos pacientes, ausência de características neuropáticas e alto consumo de opioides. Diante desse cenário, os autores do estudo enfatizam a necessidade de implementar estratégias de educação direcionadas aos profissionais de saúde, visando aprimorar a qualidade dos encaminhamentos e, consequentemente, otimizar o tratamento da dor crônica e o uso eficiente dos recursos disponíveis no sistema de saúde. Uma melhor triagem dos pacientes pode garantir que a EME seja oferecida àqueles que realmente se beneficiarão dela, evitando procedimentos desnecessários e melhorando a qualidade de vida dos pacientes.

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