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A habilidade de calcular datas do calendário rapidamente – respondendo a perguntas como “Qual dia da semana foi 12 de maio de 1978?” – é uma capacidade notável exibida por alguns indivíduos autistas, muitas vezes referidos como “savants”. A velocidade e a precisão com que esses indivíduos realizam esses cálculos é surpreendente e tem intrigado pesquisadores por décadas. Uma revisão sistemática abrangente analisou 100 anos de pesquisa sobre o cálculo de calendário, buscando entender melhor essa capacidade peculiar e sua relação com o autismo.

A revisão, seguindo as diretrizes PRISMA, examinou 76 artigos que documentavam 105 calculadores de calendário, dos quais 95 eram do sexo masculino. A análise focou nas características clínicas desses indivíduos, suas habilidades cognitivas, o desenvolvimento dessa aptidão, e os correlatos comportamentais associados. Além disso, foram avaliados os resultados de exames de imagem cerebral realizados durante tarefas de cálculo de calendário. Os resultados sugerem que essa habilidade está frequentemente associada ao autismo e é tipicamente adquirida de forma implícita e autodidata, geralmente durante a idade escolar. Observou-se que os participantes tendem a demonstrar habilidades cognitivas superiores em suas áreas de interesse, em comparação com outros domínios. No entanto, quando avaliados usando ferramentas padronizadas, seu desempenho geralmente se situa na faixa de QI total baixa.

A análise revelou que quase metade dos indivíduos estudados possuía um alcance de cálculo total inferior a 100 anos. Efeitos de distância e priming não foram consistentemente encontrados, o que indica variabilidade no desempenho. Exames de imagem cerebral destacaram três redes neurais distintas que eram ativadas durante tarefas de calendário: memória, visual e aritmética. Esse conhecimento ajuda a estabelecer as características comuns dos calculadores de calendário e a identificar lacunas no conhecimento relacionado à aquisição dessa capacidade. Compreender os mecanismos por trás do cálculo de calendário em indivíduos autistas pode oferecer *insights* valiosos sobre o processamento de informações e os mecanismos de aprendizagem no autismo, além de fornecer informações sobre as possibilidades extremas da cognição humana. É *essencial* continuar investigando essa área para aprofundar nossa compreensão sobre o cérebro humano e suas capacidades.

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