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O Síndrome de Rett (RTT) é um distúrbio neurodesenvolvimental raro que afeta principalmente meninas, com uma incidência de aproximadamente 1 em cada 10.000 nascimentos. A condição está frequentemente ligada a mutações no gene MECP2, localizado no cromossomo X, que atua como um regulador epigenético codificando a proteína de ligação metil-CpG 2 (MeCP2). Estudos recentes têm direcionado o foco para a ferroptose, um tipo de morte celular dependente de ferro e caracterizada pelo acúmulo de peróxido lipídico, como um fator relevante em desordens neurodegenerativas e do desenvolvimento neurológico, incluindo o autismo.

Pesquisadores investigaram o papel da ferroptose no RTT, analisando fibroblastos primários humanos de indivíduos saudáveis e portadores do síndrome. Os resultados indicaram que as células RTT apresentam uma **susceptibilidade aumentada** à ferroptose. Este aumento está associado a uma maior peroxidação lipídica e à produção de espécies reativas de oxigênio mitocondrial (mtROS), elementos cruciais para a ocorrência da morte celular ferroptótica. Adicionalmente, foram observadas alterações no metabolismo do ferro e uma desregulação da ferritinofagia, o processo de degradação da ferritina, proteína responsável pelo armazenamento de ferro.

As células RTT exibiram um sistema de defesa antioxidante comprometido, especialmente após a exposição a indutores de ferroptose. No entanto, ao introduzir um inibidor de ferroptose (Ferrostatin-1) e um mimético de SOD (mito-TEMPO), foi possível prevenir os efeitos negativos e normalizar as condições basais alteradas das células RTT. Em conclusão, o estudo destaca uma desregulação generalizada nas células RTT que contribui para uma maior sensibilidade à ferroptose, sugerindo um papel significativo deste processo na fisiopatologia e progressão do síndrome. Estes achados abrem novas perspectivas terapêuticas para o tratamento do RTT, com foco na modulação da ferroptose e no fortalecimento das defesas antioxidantes.

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