Terapias Comportamentais e Saúde Bucal em Crianças Autistas: Uma Análise Detalhada
A saúde bucal é um aspecto crucial do bem-estar geral, e para crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), manter uma boa higiene oral pode ser um desafio. Uma revisão sistemática recente investigou a eficácia de diversas terapias comportamentais e psicológicas na melhoria dos hábitos de higiene bucal e da saúde oral em crianças e adolescentes com autismo. O estudo analisou dados de 16 pesquisas, com uma análise quantitativa realizada em 9 delas, buscando evidências sólidas sobre o impacto dessas intervenções.
As terapias comportamentais analisadas incluíram o uso de pedagogias visuais, histórias sociais, componentes do Sistema de Comunicação por Troca de Figuras (PECS) e Análise Comportamental Aplicada (ABA). Além disso, o estudo considerou a utilização de aplicativos para dispositivos inteligentes. Os resultados indicaram que essas abordagens demonstraram alguma melhora nos parâmetros de saúde bucal após a implementação. No entanto, os pesquisadores ressaltam que muitos dos estudos apresentavam limitações importantes, como a ausência de grupos de controle e um alto risco de viés devido à falta de informações ou falhas na contabilização da gravidade do TEA e de outras condições médicas associadas.
Outro ponto crucial levantado pela revisão é a dependência dos cuidadores para reforçar as terapias, o que pode explicar a heterogeneidade significativa observada nos resultados. Em resumo, embora as técnicas psicoeducacionais mostrem um potencial na melhoria da saúde bucal de crianças autistas, a evidência disponível ainda é limitada e de baixa certeza. São necessárias mais pesquisas com estudos de maior escala e designs mais rigorosos para fortalecer a base de evidências nesta área. A atenção à saúde bucal desde a infância é essencial, e estratégias adaptadas às necessidades de crianças com TEA podem fazer uma grande diferença na sua qualidade de vida.
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