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Compreender narrativas é uma habilidade fundamental para a interação social e o processamento de informações. Narrativas, caracterizadas por sequências temporais de eventos e ações conectadas entre personagens, exigem que sejamos capazes de antecipar o que acontecerá a seguir. Um estudo recente investigou como adultos autistas processam e antecipam eventos em narrativas, comparando-os com adultos neurotípicos.

A pesquisa, publicada no Journal of Autism and Developmental Disorders, utilizou o paradigma do mundo visual para rastrear os movimentos oculares de 25 adultos autistas e 25 adultos neurotípicos enquanto ouviam narrativas sociais e não sociais. Os participantes foram pareados por idade, sexo e QI. O objetivo era entender como diferentes contextos narrativos (simples ou complexos) influenciavam a antecipação de desfechos. Os resultados revelaram diferenças interessantes entre os grupos.

Em narrativas não sociais, adultos autistas demonstraram um atraso na antecipação de eventos simples (baseados em fatos), mas foram mais rápidos em antecipar eventos complexos (contrafactuais). Em narrativas sociais, o padrão se inverteu: adultos autistas foram mais rápidos em antecipar eventos simples, que exigem uma compreensão básica dos desejos e intenções dos personagens. Curiosamente, nenhum dos grupos conseguiu antecipar eventos complexos em narrativas sociais. O estudo sugere que adultos autistas podem ter estratégias de previsão diferentes, sendo menos influenciados pelo conhecimento do mundo real e mais adaptáveis a alternativas imaginadas do que adultos neurotípicos. Essas descobertas desafiam a noção de que as dificuldades de indivíduos autistas em narrativas são exclusivas a contextos sociais, e ressaltam a importância de compreender as diferentes formas de processamento cognitivo.

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