Abscessos Estéreis Pós-Preenchimento com Ácido Hialurônico: Um Novo Protocolo de Tratamento
O uso de preenchimentos com ácido hialurônico (AH) para procedimentos cosméticos tem crescido exponencialmente, e, consequentemente, o número de complicações associadas a essas injeções também aumentou. Uma dessas complicações, o abscesso estéril, tem recebido atenção crescente devido ao seu potencial de causar deformidades estéticas. A ultrassonografia (USG) surge como uma ferramenta valiosa no diagnóstico, monitoramento e orientação de intervenções terapêuticas nesses casos, auxiliando os dermatologistas a lidarem com esses eventos adversos de forma mais eficaz.
Um estudo recente publicado no Journal of Cosmetic Dermatology detalha o tratamento bem-sucedido de abscessos estéreis faciais refratários induzidos por injeções de ácido hialurônico. O foco da pesquisa foi a segurança e eficácia de altas doses de hialuronidase, uma enzima que quebra o ácido hialurônico. Quatro mulheres adultas que apresentavam abscessos estéreis refratários, ou seja, que não respondiam aos tratamentos convencionais como antibióticos, corticosteroides e drenagem simples, foram submetidas a um protocolo modificado de lavagem Munhoz-Cavallieri, utilizando doses elevadas de hialuronidase.
Os resultados demonstraram que todas as pacientes necessitaram de duas ou mais lavagens para a resolução completa dos abscessos, com um intervalo mínimo de 48 horas entre cada procedimento. O protocolo modificado, juntamente com as altas doses de hialuronidase, levou à resolução completa dos abscessos estéreis refratários sem recidiva. Este estudo ressalta a importância do reconhecimento e do manejo correto de abscessos estéreis para garantir um resultado favorável, evitando tratamentos prolongados e ineficazes. A USG também se destaca como uma ferramenta fundamental no diagnóstico precoce, na orientação da intervenção e no monitoramento do tratamento de complicações relacionadas a preenchimentos.
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