Autismo e Linguagem: Desafios na Adolescência e Vida Adulta
A relação entre autismo e dificuldades de linguagem é bem documentada na infância, mas ainda existem muitas lacunas no conhecimento sobre como essa relação se manifesta em adolescentes e adultos autistas. Um dos principais obstáculos é a falta de uma definição universalmente aceita para o que constitui uma dificuldade de linguagem (DL), o que dificulta a comparação de resultados de diferentes estudos e a aplicação de intervenções adequadas.
Uma pesquisa recente investigou a variabilidade na classificação clínica de DL em adolescentes e jovens adultos autistas, considerando diferentes definições e avaliando o desempenho em diversas medidas de linguagem, inteligência não verbal e traços autísticos. O estudo envolveu 75 participantes, com idades entre 13 e 30 anos, com diferentes níveis de traços autísticos. Eles foram submetidos a testes de linguagem expressiva e receptiva, vocabulário receptivo e expressivo, repetição de não-palavras e inteligência não verbal.
Os resultados demonstraram que a prevalência de DL varia significativamente dependendo da definição utilizada, com critérios mais rigorosos resultando em maior identificação de participantes com dificuldades. Além disso, a análise identificou três perfis distintos com base nas habilidades de linguagem e cognição não verbal. Esses achados reforçam a necessidade de uma abordagem multidimensional na avaliação da linguagem em indivíduos autistas, que considere a complexidade e a heterogeneidade das habilidades linguísticas. A pesquisa destaca a importância de continuar investigando a linguagem no autismo além da infância, a fim de desenvolver práticas de avaliação mais eficazes e intervenções personalizadas para melhorar a qualidade de vida de adolescentes e adultos autistas.
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