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Os distúrbios do neurodesenvolvimento (DND), que englobam condições como o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), o transtorno do espectro autista (TEA), a deficiência intelectual (DI) e os transtornos de tiques, representam um conjunto de desafios que se manifestam na infância e afetam o funcionamento cognitivo, comportamental e social. Apesar de sua diversidade clínica, esses distúrbios frequentemente compartilham mecanismos moleculares e neurobiológicos em comum, o que abre portas para a busca de abordagens terapêuticas mais eficazes.

Um estudo recente se aprofundou no papel das neurotrofinas, com destaque para o fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF) e o fator de crescimento nervoso (NGF), na fisiopatologia dos DNDs. As neurotrofinas são moléculas essenciais para o desenvolvimento cerebral, influenciando processos como a neurogênese (formação de novos neurônios), a plasticidade sináptica (capacidade das sinapses de se fortalecerem ou enfraquecerem) e a sobrevivência neuronal. A pesquisa buscou também investigar o potencial dessas moléculas como biomarcadores e alvos terapêuticos.

Os resultados da revisão da literatura indicam que a desregulação nas vias de sinalização das neurotrofinas tem sido associada a características centrais do TEA e do TDAH, podendo também modular os resultados cognitivos na DI. Além disso, evidências emergentes sugerem um papel para as interações neuroimunes e a disfunção neurotrófica nos transtornos de tiques. No entanto, os achados entre os estudos ainda apresentam inconsistências devido à variabilidade metodológica e à escassez de dados longitudinais. Pesquisas futuras devem se concentrar em metodologias padronizadas e desenhos longitudinais estratificados para esclarecer o papel das neurotrofinas em diferentes estágios do desenvolvimento e fenótipos clínicos, o que poderá levar a intervenções mais direcionadas e personalizadas para indivíduos com DNDs.

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