Autismo e TDAH: Existe Relação com o Paracetamol?
Estudos recentes têm demonstrado um aumento significativo nos diagnósticos de Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) em crianças. Em 2020, um em cada 36 crianças foi diagnosticada com autismo, representando um aumento de 22% em relação a 2018 e de 98% desde 2010. Paralelamente, os diagnósticos de TDAH aumentaram 36% entre 2003 e 2019. Apesar desse crescimento alarmante, as causas subjacentes a esses transtornos permanecem, em grande parte, desconhecidas.
Uma linha de pesquisa emergente sugere uma possível ligação entre o uso de paracetamol (acetaminofeno) durante a gravidez e o aumento do risco de TEA e TDAH. Embora a pesquisa ainda esteja em andamento, alguns estudos indicam que o paracetamol pode afetar o desenvolvimento neurológico do feto, possivelmente através do dano mitocondrial. As mitocôndrias são as usinas de energia das células, e seu mau funcionamento tem sido observado em indivíduos com TEA e TDAH. A exposição fetal ao metabólito tóxico do paracetamol, N-acetil-p-benzoquinona imina (NAPQI), pode induzir neuroinflamação e, consequentemente, afetar o desenvolvimento cerebral.
É importante ressaltar que esta é uma área de pesquisa ativa e que mais estudos são necessários para confirmar ou refutar essa associação. No entanto, os resultados preliminares levantam questões importantes sobre o uso de paracetamol durante a gravidez. Recomenda-se que as gestantes consultem seus médicos antes de tomar qualquer medicamento, incluindo o paracetamol, e considerem alternativas quando apropriado. A investigação contínua sobre os potenciais efeitos do paracetamol no desenvolvimento infantil é crucial para garantir a saúde e o bem-estar das futuras gerações.
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