Exercícios Aeróbicos: Uma Nova Abordagem para a Atrofia Muscular Espinhal Tipo III
A atrofia muscular espinhal (AME) é uma doença neurodegenerativa causada por alterações no gene SMN1. Uma pesquisa recente investigou os efeitos do exercício aeróbico de intensidade moderada em pacientes com AME tipo III, buscando entender como essa prática pode influenciar a função física e os aspectos bioquímicos da doença.
O estudo envolveu 23 participantes com idades entre 18 e 57 anos, que foram submetidos a um programa de exercícios aeróbicos de 12 semanas. Utilizando um cicloergômetro, os pacientes se exercitaram a 60-70% da sua frequência cardíaca máxima, três vezes por semana, durante 30 minutos por sessão. O treinamento foi continuado por mais quatro meses. Os principais indicadores avaliados foram a distância percorrida no teste de caminhada de seis minutos e a captação de oxigênio, ambos refletindo a capacidade de exercício. Adicionalmente, foram analisadas a força muscular, o desempenho funcional e a fadiga, além dos níveis da proteína SMN e do hormônio IGF-1 no sangue.
Os resultados mostraram que o grupo que se exercitou apresentou um aumento significativo na capacidade de exercício e na distância percorrida no teste de caminhada. Houve também uma redução no tempo gasto no teste de caminhada de 10 metros e melhora na força dos músculos quadríceps (direito e esquerdo) e gastrocnêmio (direito). Além disso, foi observada uma melhora na Escala de Severidade da Fadiga. Notavelmente, os níveis da proteína SMN e do hormônio IGF-1 também aumentaram após o período de treinamento. Esses achados sugerem que um programa de exercícios aeróbicos pode melhorar a função física, a força muscular e reduzir a fadiga em pacientes com AME tipo III, acompanhado de melhorias bioquímicas duradouras. O exercício aeróbico, portanto, pode ser uma terapia complementar benéfica para essa população, oferecendo uma abordagem promissora para o manejo da doença.
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