Saúde Desvendada

A saúde mental de jovens entre 15 e 24 anos é uma preocupação crescente em todo o mundo. Uma revisão sistemática recente investigou as estratégias globais para promover o bem-estar mental e lidar com os desafios de saúde mental nessa faixa etária, conforme definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A análise considerou estudos publicados entre 2008 e 2023, envolvendo quase 30 mil participantes, buscando identificar padrões e tendências nas intervenções de saúde mental.

A pesquisa revelou uma diversidade significativa nas abordagens utilizadas, abrangendo desde os métodos de aplicação até as ferramentas de avaliação e os ambientes de implementação. Em países de alta renda, as intervenções digitais ou baseadas em tecnologia mostraram-se mais comuns, enquanto as intervenções físicas predominavam em todos os grupos de renda, especialmente onde a infraestrutura tecnológica é limitada. Terapias cognitivo-comportamentais, psicoeducação e intervenções baseadas em mindfulness foram as modalidades mais frequentes, provavelmente devido à sua estrutura, escalabilidade e aplicabilidade em diferentes contextos e condições de saúde mental.

Apesar da variedade de intervenções, a revisão apontou para uma lacuna importante: a adaptação cultural limitada. Isso destaca a necessidade de abordagens mais inclusivas e sensíveis ao contexto local. As escolas foram o cenário mais comum para a implementação de programas, mas essa dependência de plataformas educacionais pode excluir jovens marginalizados e que não frequentam a escola. Conceitualmente, as intervenções refletiram tanto compreensões específicas de transtornos (diagnósticos) quanto transdiagnósticas da saúde mental, confirmando uma visão baseada em espectro que integra a redução de sintomas com a melhoria do bem-estar. Essa perspectiva abrangente reforça a importância de ferramentas de avaliação culturalmente relevantes, flexíveis e multimodais, para apoiar a saúde mental dos jovens em todo o mundo de forma equitativa.

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