Autismo: Bactéria Intestinal Promissora no Alívio de Sintomas
Pesquisadores exploram o potencial terapêutico da Faecalibacterium hominis, uma bactéria comumente encontrada no intestino humano, no contexto dos Transtornos do Espectro Autista (TEA). Os TEA são um grupo de condições neurodesenvolvimentais caracterizadas por dificuldades na comunicação social e comportamentos repetitivos. Estudos recentes têm demonstrado uma forte ligação entre os TEA e desequilíbrios no eixo microbiota-intestino-cérebro, um complexo sistema de comunicação bidirecional entre o intestino e o cérebro.
A pesquisa em questão investigou a eficácia da Faecalibacterium hominis em um modelo animal de TEA, o camundongo BTBR. Os resultados indicaram que a administração oral da bactéria levou a uma redução significativa nos níveis intestinais de indol, ácido indol-3-propiônico (IPA) e ácido indol-3-acético (IAA), bem como nos níveis de IPA no cérebro dos camundongos. O indol e seus derivados são produzidos por bactérias intestinais e podem afetar a função cerebral.
A redução dos níveis de IPA no cérebro, por sua vez, contribuiu para a atenuação da sinalização do receptor aril hidrocarboneto (AhR), um receptor celular envolvido em diversas funções fisiológicas e patológicas. A atenuação da sinalização de AhR resultou no aumento da expressão de elementos a jusante, incluindo transportadores de glutamato e receptores GABA. Essa modulação levou à restauração do equilíbrio excitatório/inibitório no cérebro, uma característica fisiopatológica típica dos TEA, e, consequentemente, ao alívio dos principais sintomas comportamentais associados aos TEA no modelo animal. Os achados sugerem que a modulação do AhR mediada pela Faecalibacterium pode representar uma estratégia terapêutica promissora para os TEA, destacando o potencial tanto de probióticos à base de Faecalibacterium quanto de intervenções direcionadas contra a sinalização indol-AhR para abordar os transtornos do neurodesenvolvimento.
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