Novos Horizontes no Tratamento do Autismo: Um Diálogo Entre Abordagens Comportamentais e a Neurodiversidade
A relação entre defensores do autismo e analistas do comportamento tem sido, historicamente, tensa. Muitos autistas relatam experiências negativas com a Análise do Comportamento Aplicada (ABA), percebendo-a como prejudicial, traumática e estigmatizante. Em contrapartida, alguns analistas do comportamento argumentam que essas críticas decorrem de mal-entendidos sobre os princípios científicos da abordagem. Essa divergência tem dificultado o diálogo e o progresso na área.
Nos últimos meses, um movimento promissor tem surgido. Há um reconhecimento crescente de que as intervenções comportamentais estão profundamente enraizadas e vieram para ficar. Paralelamente, estudiosos do autismo têm iniciado conversas com profissionais da área comportamental, buscando uma reforma pragmática e significativa. Uma nova geração de analistas do comportamento, inclusive alguns autistas, está emergindo, reconhecendo os problemas existentes e buscando soluções.
Essa tendência sinaliza uma oportunidade para que os analistas do comportamento sigam o exemplo de outras comunidades acadêmicas e de defesa, que reconhecem a importância da interdisciplinaridade e da auto-reflexão crítica para a evolução da área. A formalização de um campo de estudo, denominado Estudos Comportamentais Críticos, poderia favorecer uma compreensão social, cultural e histórica mais profunda, ampliando o escopo do treinamento para contextualizar melhor a prática em relação ao grupo atendido, e promovendo a auto-análise necessária para gerar mudanças significativas no campo da saúde mental e bem-estar de pessoas autistas.
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