Esquizofrenia e Catatonia: Uma Nova Abordagem Diagnóstica na CID-11
A classificação dos transtornos psicóticos tem passado por diversas transformações ao longo da história da medicina. Desde as primeiras descrições de estados catatônicos por Karl Ludwig Kahlbaum em 1874 e a classificação nosológica de síndromes psicóticas de Emil Kraepelin em 1883, os critérios diagnósticos para estas condições têm sido continuamente modificados, impactando de forma significativa a prática clínica.
A introdução da 11ª versão da Classificação Internacional de Doenças (CID-11) marca uma mudança importante na forma como a esquizofrenia e a catatonia são diagnosticadas. Um dos pontos cruciais é a perda de importância dos sintomas de primeira linha descritos por Schneider. Adicionalmente, os subtipos de esquizofrenia, como a paranoide, hebefrênica e catatônica, foram eliminados. Em vez disso, a CID-11 introduz classificadores de sintomas e progressão da doença, buscando uma avaliação mais detalhada e individualizada.
Outra alteração fundamental é a definição da catatonia como uma entidade diagnóstica independente. Anteriormente, na CID-10, a catatonia era classificada como um subtipo de esquizofrenia (F20.2). Ao reconhecer a natureza independente e transversal da catatonia, a CID-11 permite um diagnóstico mais preciso e um tratamento mais direcionado. Essa nova abordagem, com o uso de classificadores de sintomas e progressão, representa um sistema de diagnóstico híbrido, combinando elementos categóricos e dimensionais, oferecendo uma visão mais completa e flexível do quadro clínico do paciente.
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