Microbiota Intestinal: Um Elo Vital entre Inflamação e Saúde Mental
A conexão entre o intestino e o cérebro, conhecida como eixo intestino-cérebro, tem se mostrado cada vez mais relevante para a compreensão de diversas condições psiquiátricas. A microbiota intestinal, composta por trilhões de micro-organismos, desempenha um papel crucial nessa intrincada relação, influenciando a inflamação e, consequentemente, a saúde mental.
Um desequilíbrio na microbiota, muitas vezes chamado de disbiose, pode levar à ativação do sistema imune no intestino. Essa ativação libera citocinas pró-inflamatórias, como IL-6 e TNF-α, que podem alcançar o sistema nervoso central (SNC) através da corrente sanguínea, comprometendo a barreira hematoencefálica, ou através de fibras nervosas vagais. Uma vez no SNC, essas citocinas podem perturbar o metabolismo de neurotransmissores importantes, como a serotonina e a dopamina, que desempenham papéis essenciais na regulação do humor, do sono e do comportamento.
Além disso, a inflamação crônica no SNC pode levar à hiperativação da microglia, as células imunes residentes do cérebro. A microglia hiperativada libera ainda mais citocinas pró-inflamatórias, exacerbando a neuroinflamação e contribuindo para o desenvolvimento ou agravamento de transtornos como depressão, ansiedade, autismo e esquizofrenia. Estratégias terapêuticas focadas na modulação da microbiota, como o uso de probióticos e o transplante de microbiota fecal, têm demonstrado potencial para restaurar o equilíbrio intestinal, reduzir a inflamação sistêmica e melhorar os sintomas de transtornos psiquiátricos, abrindo novas perspectivas para o tratamento da saúde mental através da modulação do eixo intestino-cérebro e da homeostase do triptofano.
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