Autismo e Gênero: Estudo Revela Diferenças Cerebrais em Adolescentes
Um estudo recente explorou as diferenças cerebrais entre adolescentes do sexo masculino e feminino com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A pesquisa, que analisou a morfologia e a conectividade cerebral, buscou entender por que o TEA é diagnosticado com mais frequência em homens do que em mulheres. Ao investigar como os cérebros de indivíduos com TEA se organizam de uma perspectiva morfológica, os cientistas esperam lançar luz sobre as características relacionadas ao sexo no autismo.
Utilizando ressonância magnética (MRI), os pesquisadores examinaram varreduras cerebrais de 337 participantes com idades entre 8 e 18 anos. Deste grupo, 181 indivíduos foram diagnosticados com TEA e 162 eram do sexo feminino. A análise se concentrou em cinco características morfológicas – espessura, área da superfície, profundidade sulcal, curvatura média e volume de massa cinzenta – em 68 regiões corticais. A conectividade cerebral foi estimada através da divergência de Kullback-Leibler, que mede a diferença entre as distribuições de características multivariadas entre as regiões. Os resultados revelaram padrões distintos de conectividade alterada em homens e mulheres com TEA.
Nos homens com TEA, foi observada uma conectividade significativamente aumentada em um grupo centrado no giro fusiforme, juntamente com os córtices orbitofrontal medial, entorrinal e parahipocampal. Essa conectividade elevada estava correlacionada com comportamentos restritivos e repetitivos. Em contrapartida, nas mulheres com TEA, o aumento da conectividade foi encontrado em uma sub-rede que envolve principalmente o córtex entorrinal, seguido pelo lóbulo parietal inferior e córtex occipital lateral. Curiosamente, o giro fusiforme apresentou conectividade diminuída com o sulco temporal superior. Essas alterações foram associadas a habilidades de comunicação reduzidas. A ausência de sobreposição entre os perfis masculino e feminino sublinha a singularidade das diferenças cerebrais relacionadas ao sexo no TEA, abrindo novas perspectivas para o diagnóstico e tratamento do autismo.
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