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Um estudo recente analisou os padrões de prescrição de analgésicos na Irlanda entre 2014 e 2022, revelando uma diminuição geral no uso desses medicamentos. Essa redução foi impulsionada principalmente pela queda na utilização de anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) sistêmicos. A pesquisa, que avaliou dados de prescrições e dispensação de medicamentos no sistema de saúde primário irlandês, oferece insights valiosos sobre as mudanças no tratamento da dor e os desafios relacionados à segurança do paciente.

Apesar da diminuição geral, o estudo observou um aumento na prevalência de outras classes de analgésicos. No entanto, após ajustes por idade e sexo, apenas o uso de gabapentinoides e amitriptilina apresentou um aumento significativo. Os gabapentinoides, por exemplo, são frequentemente prescritos para dor neuropática, enquanto a amitriptilina é um antidepressivo com propriedades analgésicas. É importante ressaltar que o aumento no uso desses medicamentos pode estar relacionado a mudanças demográficas, como o envelhecimento da população, que aumenta a necessidade de tratamentos para condições dolorosas crônicas.

O estudo também identificou um aumento em certas formas de prescrição de alto risco, como a combinação de AINEs com anticoagulantes orais, corticosteroides e inibidores seletivos de recaptação de serotonina (SSRIs). Essas combinações medicamentosas podem aumentar o risco de efeitos colaterais graves, como sangramento gastrointestinal e problemas cardiovasculares. Diante desse cenário, os autores do estudo enfatizam a necessidade de intervenções para abordar a prescrição de alto risco, incluindo o acesso facilitado a serviços não farmacológicos para o tratamento da dor e o aprimoramento da educação e do suporte à desprescrição para profissionais de saúde. A desprescrição, ou seja, a interrupção ou redução do uso de medicamentos quando não são mais necessários ou benéficos, é uma estratégia importante para minimizar os riscos associados ao uso prolongado de analgésicos, especialmente em idosos.

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