Sensibilidades Sensoriais em Adultos Autistas: Estabilidade com a Idade e Diferenças de Gênero
Um novo estudo investigou como as sensibilidades sensoriais, uma característica comum em pessoas autistas, se manifestam em adultos de meia-idade e idosos. Contrariando pesquisas anteriores que sugeriam uma diminuição dessas sensibilidades com o envelhecimento em adultos jovens, esta pesquisa indica que elas tendem a permanecer estáveis ao longo da vida adulta em indivíduos autistas.
O estudo, publicado na revista Research in Autism Spectrum Disorders, avaliou 210 participantes autistas com idades entre 42 e 80 anos. Os pesquisadores analisaram a relação entre idade e sensibilidades sensoriais auto-relatadas, bem como a acuidade sensorial (visão e audição). Os resultados revelaram que, embora a acuidade sensorial possa diminuir com a idade, as sensibilidades sensoriais em si não mostraram uma correlação significativa com o envelhecimento. No entanto, uma acuidade visual e auditiva mais fraca foi associada a maiores sensibilidades sensoriais.
Além disso, o estudo destacou diferenças significativas com base no sexo atribuído ao nascimento. Adultos autistas designados como do sexo feminino ao nascer relataram níveis mais elevados de sensibilidades sensoriais em geral, incluindo menor tolerância à dor e a baixas temperaturas, em comparação com aqueles designados como do sexo masculino. Essa descoberta está em consonância com estudos anteriores realizados com jovens autistas, sugerindo que essas diferenças de gênero nas sensibilidades sensoriais podem persistir ao longo da vida. A pesquisa ressalta a importância de considerar a interação entre idade, acuidade sensorial e sexo na compreensão das necessidades de cuidado de idosos autistas, e incentiva estudos longitudinais para confirmar a estabilidade das sensibilidades ao longo do tempo.
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